E é nesse ponto em que a minha experiência acadêmica em Psicologia e Análise do Comportamento convergem com a prática em Consultoria de Imagem.
“Tá, mas e eu com isso?”, você me pergunta. Bom, a diferença entre saber disso e se manter ignorante, é que você passa a ter o poder de escolha e decisão sobre a forma que você quer se sentir. Você quer se deixar ser levado pelo seu humor do dia, ou quer escolher como vai se sentir todos os dias? Você prefere que a sua autoestima seja ditada pelos olhares de terceiros, ou pelo bem estar que você mesma pode se proporcionar?
Antes de qualquer coisa, preciso que você entenda que só porque eu vou te dizer a solução não quer dizer que ela seja fácil, é uma escolha, e é uma escolha que temos que fazer diariamente, e envolve sair da nossa zona de conforto – e por mais dolorosa que essa possa ser, ainda é o lugar que estamos acostumados.
Então, o primeiro passo, do meu ponto de vista, não é sair fazendo tudo e qualquer coisa que eu ou qualquer pessoa te diga que vai te fazer bem. Não. O primeiro passo é olhar para dentro, buscar os verdadeiros motivos pelos quais você está buscando uma mudança e não se esquecer deles. Algumas formas de chegar nesse propósito são se questionar sobre:
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o que está te incomodando na sua vida hoje?
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o que você gostaria que fosse diferente?
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quais pedaços – físicos ou não – de você mesma você não gosta?
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e por que você não gosta deles?
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esses pedaços, eles de fato te causam algum mal, qualquer que seja, ou você apenas os rejeita porquê eles te fazem se sentir diferente dos outros, não pertencente a um grupo.
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como você quer se sentir de agora em diante? Segura de si, confiante, empoderada, bonita, forte, sensual – ou algo diferente disso tudo? Não tem resposta certa ou errada, só importa o que faz sentido pra você. O que vai te fazer se sentir bem consigo.
E pra chegar nessas respostas, você vai precisar passar por um momento de reflexão e olhar para si que vai ser doloroso. Mas sem passar por isso, toda e qualquer mudança que você tentar implementar em sua vida vai ser em vão. Porque sem propósito, sem objetivo, a gente não se mantém em nenhum caminho, menos ainda se esse caminho for desconfortável. E aqui eu falo sobre conforto no sentido mais literal da palavra, relacionado à estabilidade per se, ou seja, pensando em zona de conforto emocional, por exemplo, é aquele lugar que já estamos acostumados, sabemos o que esperar dali, o que vamos sentir, o que vai doer e o que não. É importante se atentar isso, porque a gente tende a achar que nossa zono de conforto é o lugar que nos sentimos bem, e não é assim necessariamente. É só o lugar que estamos familiarizados. E nós gostamos de saber o que esperar, nosso organismo não gosta de ser surpreendido, então mudar sempre é difícil, o movimento sempre gera desconforto antes de criar uma nova zona de conforto, mas saber onde você quer chegar, que zona de conforto você quer criar para si, torna o caminho mais tolerável. Continua sendo difícil, continua sendo uma escolha diária, continua exigindo que você saía do piloto automático, mas pelo menos você sabe para onde está indo, e a vitória de chegar lá não se iguala a nenhuma outra. Porque o “lá” que eu estou falando aqui é o lugar do bem estar emocional, é o lugar em que você se sente bem por ser você, é o lugar que você se aceita, se respeita e se ama – mesmo com todos os seus defeitos.
Fazendo uma analogia, é como se, no cenário atual: você está nadando num rio, sendo levado pela correnteza, tentando se apegar a qualquer pedra ou galho no caminho, sem conseguir por muito tempo, e a correnteza continua te levando, te deixando sem ar, e você não sabe quando, nem onde, vai parar. No cenário pretendido – aquele que eu vou te ajudar a chegar, seja através de algum serviço, seja através das minhas palavras – , a analogia continuaria da seguinte forma: você consegue sair do rio por alguns instantes, retoma a respiração com calma, e então você pega seu barquinho – que estava ali na beira o tempo todo, mas com tanta turbulência você não havia visto e isso fazia com que você não tivesse nenhuma esperança de conseguir escapar dali – e, com o seu barco, você volta pro rio. Mas dessa vez você não está sendo levado pela correnteza, você aproveita a direção dela, mas é você quem guia o seu caminho, você tem um mapa e sabe para onde está indo, você consegue ver o horizonte, você sabe onde vai chegar. E, mais do que isso, as pedras e galhos no caminho se tornam pequenos incômodos, eles continuam ali, mas eles não te fazem parar, e você não quer mais se agarrar à eles, porque antes você os via como única forma de se apegar a algo concreto, e agora você sabe que existe muito mais no seu rio do que eles, agora você passa por eles, e pode ser que eles arranhem seu barco, causem até um furinho, mas nada irreparável, nada que você não possa pausar sua jornada, ir para a beirada, arrumar seu barquinho e retomar seu caminho. Esse rio é a sua jornada de aceitação e amor próprio. E o destino final é o lugar em que o amor próprio reina, ele se torna a sua zona de conforto e lá você pode finalmente descansar, se recuperar da jornada e aproveitar a paisagem.
Esse é o nosso ponto de partida, e eu sei que ele é duro, mas é o único possível.
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